quarta-feira, 15 de março de 2017

Lançamento Billie Holiday da Editora Mino


Desde que iniciou suas atividades a editora Mino vem destacando-se pela altíssima qualidade gráfica de suas publicações, além de ser um verdadeiro pilar para os autores nacionais. Nesses pouquíssimos anos de vida a editora já demonstrou para o que veio e não é pouca coisa! Por meio da editora inúmeros autores nacionais talentosíssimos foram revelados e outros tantos exaltados, como deveriam e mereciam ser.

A Mino apostou em publicações nacionais e mostrou que é POSSÍVEL SIM! É possível publicar obras de extrema qualidade. Contudo, não limitou-se apenas em obras nacionais e seguindo sua tradição em sempre surpreender-nos positivamente, eis que a surge a belíssima publicação de "Billie Holiday". A propósito, neste exato momento tive um breve "déjà vu", o quadrinho fez-me lembrar do livro "Em algum lugas nas Estrelas", publicado pela editora DarkSide. Estão lembrandos? "Billie Holiday é para os dias de chuva."



Billie Holiday por José Muñoz e Carlos Sampayo:

O ano é 1989. Três décadas após a morte da cantora Billie Holiday (1915-1959), um jornalista é contratado para escrever sobre a vida daquela que é considerada um dos maiores nomes de todos os tempos do Jazz. Sem qualquer referência sobre seu objeto de pesquisa, o repórter desvenda uma vida marcada por vários abusos e por vícios que culminaram em uma morte precoce, aos 44 anos.

Os quadrinistas argentinos José Muñoz e Carlos Sampayo apresentam nas 49 páginas em preto e branco de Billie Holiday um recorte de umas das mais aclamadas e trágicas artistas de todos os tempos. “Nossos principais objetivos e desafios eram não desrespeitar a personagem e compor uma boa narrativa gráfica”, explicou o desenhista José Muñoz em entrevista publicada no jornal espanhol El País em 2015, no aniversário de 100 anos de nascimento de Holiday. Hoje aos 70 anos, o autor tinha 60 em 2007 quando recebeu o Grand Prix do tradicional Festival de Angoulême pelo conjunto de sua obra. Em 78 e 83, ele e Sampayo foram premiados no mesmo festival por seus trabalhos com o detetive Alack Sinner - que inclusive faz uma participação especial em Billie Holiday.

A biografia da jazzista americana abriu ainda mais portas para a dupla argentina na Europa e nos Estados Unidos. A HQ chamou atenção principalmente pelo preto e branco de alto contraste de Muñoz e o roteiro noir de Sampayo. Na Itália, o álbum foi publicado na revista Corto Maltese; na França, pela editora Casterman; nos Estados Unidos, primeiramente, na RAW, editada por Art Spiegelman e Françoise Mouly, e depois pela editora Fantagraphics. Na Argentina, o quadrinho continua a ser objeto de culto.

Em 2007, quando o livro ganhou uma nova edição no país natal de seus autores, foi aclamado como um exemplar legítimo dos melhores trabalhos produzidos pela dupla, classificado como uma obra à altura da importância de sua protagonista. “Além de um tributo passional dos autores para a música e a vida de uma cantora lendária, com uma multiplicidade de vozes e vários flashbacks, Billie Holiday é um sumário das obsessões temáticas e dos recursos formais de Muñoz e Sampayo”, afirmou o crítico Martín Pérez, do diário Página 12.

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